sábado, 31 de maio de 2008

Um Dia...


Um dia não estarei por cá...Então quererei estar aqui... no mar, na praia que tanto amo porque me dá uma sensação de liberdade, mesmo que não exista, porque me dá a noção do que somos, nadas...pequenos e frágeis, mesmo quando achamos que controlamos a vida, as emoções, os outros e nós próprios!


Queria ser como o mar, serena e irada... Nunca me importei de fazer figuras tristes mas não quero nunca ser uma pessoa triste, sempre soube que viver é uma benção, cada minuto é uma dádiva e desperdiçá-la com tristeza é uma heresia tão grave como viver sem dignidade e sem carácter, por isso quero ser como o mar...Quero que leve as minhas tristezas, quero ter a certeza que vivo de acordo com a sua grandeza, que é verdade o que digo aos outros quando me procuram, que vivi bem, que fui eu...Com as minhas falhas, com os meus defeitos mas nunca triste...

quinta-feira, 22 de maio de 2008

Deus Sentiu-se Sozinho...



...E levou o meu amigo Torcato...

Todos escrevem e falam do que foi como jornalista e as várias coisas que fez ao longo da sua vida, eu prefiro recordar os jantares e as conversas lá em casa. Era frequente achar boas as minhas ideias que para outros eram estapafúrdias e o tempo passava devagar quando o ouvia contar histórias da sua profissão mas também da sua vida como Homem.

Se havia pessoa que gostava de convidar para qualquer lado ou para a minha casa era o Torcato, sentia-me sempre bem na sua companhia e estou verdadeiramente triste com a sua partida...

Não haverá melhor homenagem para lhe prestar do que recordar sempre as nossas conversas, acredito que nos voltaremos a encontrar para pôr a conversa em dia...

quarta-feira, 14 de maio de 2008

Morreu Um Anjo




«Educaram-me sob o princípio de que se deve salvar as pessoas independentemente da sua religião ou nacionalidade» Irena Sendler, Enfermeira.

Salvou mais de 2500 crianças e morreu hoje.

Nasceu em 1910. Irena Sendler foi uma desconhecida durante muitos anos.

Irena retirava as crianças do Gueto, escondidas em malas, sacos ou em ambulâncias, dizendo que estavam com doenças infecto-contagiosas e guardava a informação sobre os seus verdadeiros pais em frascos que enterrava num local seguro que apenas ela conhecia.

A «mãe dos meninos do Holocausto» foi presa a 20 de Outubro de 1943. No quartel-general da Gestapo foi torturada pelos nazis que lhe partiram os pés e as pernas. Ainda assim, nunca revelou a localização das crianças.

Foi condenada à morte mas foi salva quando a conduziam à execução por um oficial alemão que a resistência polaca conseguiu corromper.

Continuou a sua luta clandestina sob uma nova identidade até o final da guerra, trabalhando como supervisora de orfanatos e asilos no seu país. Nunca se considerou uma heroína.

Quando acabou a Guerra desenterrou os documentos e iniciou o trabalho de procura do paradeiro dessas crianças, informando-as depois sobre a sua verdadeira origem.

«Continuo com a consciência pesada por ter feito tão pouco», confessou.

Devido ao seu estado de saúde, Irena não participou da cerimónia de homenagem em 2007, mas enviou uma sobrevivente, salva por si num gueto quando bebé em 1942, para ler uma carta em seu nome.

«Convoco todas as pessoas generosas ao amor, à tolerância e à paz, não somente em tempos de guerra, mas também em tempos de paz».

Ironicamente morreu ontem, precisamente no dia em que, em todo o Mundo, se comemora o dia do Enfermeiro.

O céu ganhou mais uma estrela...


domingo, 11 de maio de 2008

Mariza - Chuva - Fado

A letra é qualquer coisa de...mágico...Saudade de tanta coisa, momentos, pessoas, cheiros, sítios...de mim...

quinta-feira, 8 de maio de 2008

Voar Sempre Mais Além!



"Tenho muitas dúvidas de que estejas à minha altura, és mesquinha em muitas coisas"


Confesso que tenho ouvido muitas coisas ao longo da vida, recentemente ouvi esta... No mesmo dia recebi um postal no meu e-mail, de um amigo distante e ainda a propósito dos meus anos que dizia:


"É uma honra e um prazer ser teu amigo pois és uma pessoa extraordinaria!! Espero que a nossa amizade se mantenha por muitos e longos anos. E como dizia o nosso amigo RB, nunca te esqueças: Voar sempre mais além! :)"


Confesso que fico um bocadinho confundida, como é que alguém mesquinho e que não está à altura de outrém consegue ser extraordinária...Fica-me esta dúvida.


P., a tua mensagem teve o efeito de não deixar que me perdesse nesta crítica feita por alguém que queria magoar, espezinhar, anular o que sou...


Ainda bem que te lembras quem sou porque à momentos em que se me turva a alma e sinto um vazio, afinal não consigo, para uma mesma pessoa, ser um anjo da guarda num dia e mesquinha no outro.


O que é afinal estar à altura de outrém? Em quê? Centímetros? Sabedoria? Educação? Aspecto?


É a típica frase de quem quer magoar gratuitamente, despreza o outro e desvaloriza a sua identidade, senti como se me dissessem: "Não prestas, nunca tens razão, o que és não chega e não é nada de bom"


Pensando bem não estou à altura de muita coisa...Não estou à altura de ser má, magoar quem amo, de ser egoísta, de não pedir desculpa quando erro, de não pensar só em mim, de não ter tempo para ouvir, de não ter paciência, de não amar, de não ser justa...


Por causa disto vem-me à cabeça, e aos lábios, a letra de uma música do Rui Veloso, por já ter sido assim numa fase da minha vida, reservo-a para um segundo post com medo de não lhe dar a importância que merece...


Não te preocupes P. com os meus desabafos, voarei sempre mais além, nem que seja por teimosia!