quarta-feira, 28 de janeiro de 2009

Balões...



Agora já posso largar os balões...Posso largá-los sabendo que não me enganei, em cada um deles vai um sonho meu e os sonhos de todos os que temos a vida e o destino entrançado.

Os balões são o nosso ar, o ar que por vezes nos falta quando estamos prestes a desistir.

No jantar de ontem, eu o T. e o F., falámos de coisas importantes, falámos de como só se podem largar os balões quando estamos preparados para isso. Dizia-lhes eu que só os podemos largar quando já não existe ilusão e desilusão.

Parece confuso... Quando o balão perde a capacidade de nos iludir com coisas boas que ainda acreditamos que é capaz de nos dar, e quando, ao mesmo tempo, já não nos desilude porque nada do que faça de mal nos espanta, então estamos prontos para o largar!

O meu amigo F. largou os dele, o T. ainda não está preparado eu já posso largar os meus...

Tenho apenas segurado alguns por teimosia mas sei que já os posso largar...Largando-os fico mais leve e hão-de vir mais porque a vida é feita de balões coloridos, chapéus de praia, baldes, pás e castelos na areia.

Não seguro balões cinzentos! É uma cor que me aflige um bocadinho...Os cinzentos são para quem se esconde, de si e dos outros, para quem guarda segredos, para quem dissimula e quer fazer crer coisas que não é...

Os cinzentos são para os dissimulados da vida que só os seguram porque não têm mais nada onde se segurar, são para aqueles que nunca viram as cores porque estão emparedados numa cor mesquinha.

Os cinzentos são para aqueles que não ousam, para os que se pintaram dessa cor dos pés à cabeça e negam o que são e o que fazem, é por isso que são da cor do cimento, verdadeiras pedras mentirosas que nem quando apanhadas dizem a verdade.

Eu ouso todos os dias, mesmo que me exponha, porque quero viver o arco-íris...

P.S- Um beijinho grande à mãe do T. que fez anos e lembrou-me que devo continuar a escrever, nem que seja sobre balões...