
Li numa revista que existe um museu onde se guardam objectos de relações e pessoas que passaram nas nossas vidas. É um conceito interessante, no fundo é visitar pedaços da vida de outros.
Seria bom ter onde deixar aquelas coisas que já foram tão importantes para nós mas hoje não nos dizem muito. Mesmo não dizendo muito fazem parte do que somos, que ninguém ache que pode apagar o passado, bom ou mau, é o caminho que escolhemos, o que somos. Por vezes enche-nos de orgulho outras cobre-nos de vergonha.
Também eu tenho momentos passados que me entristecem, também eu tenho coisas para pôr no museu, coisas que não quero e teimo em não deitar fora mas que ocupam espaço na minha vida e no meu coração.
Mas o pior não é isso, o pior é quando racionalmente sabemos que precisamos expurgar alguém ou algo da nossa vida e o coração não deixa...
Tenho por lá algumas coisas que podia deixar neste museu. Por qualquer motivo absurdo não consigo deitá-las fora, de maneira que vou construindo um baú da minha vida com coisas e pessoas que quase não cabem lá dentro, tão grandes são as memórias que me deixaram...
As pedras que me atiram, guardo todas, um dia vou construir um castelo!