
Estive de Férias... A fotografia não é ilustrativa, foi mesmo aqui, Morro de S. Paulo, em frente à maravilhosa Cidade de Salvador.
15 dias longe da confusão do dia-a-dia, longe da rotina, das chatices e obrigações. Praias desertas...e tempo...Tempo para observar, tempo para conhecer outras formas de viver, tempo para olhar para mim e para os outros, tempo para ponderar, para perdoar, para encontrar...
Confesso que cada vez mais sinto vontade de fazer como o Elias, viver isolada numa ilha inacessível quando sobe a maré. Eu explico, antes que pensem que o Elias é algum amigo imaginário.
O Elias é Brasileiro descendente de Portugueses e Holandeses, teve uma vida normal, casou e teve filhos. A cada um deles deu nomes da natureza, Lua, Sol, Mar, Sereno (Vento) e Neptuno e criou-os sozinho porque a mulher o deixou. Depois de terem crescido fartou-se da Lei dos Homens e isolou-se num pequeno espaço, no mangue, onde não é possível chegar ou partir quando sobe a maré.
Vive sozinho, come o que pesca e apanha da natureza. Vende algumas coisas na Vila para poder comprar cachaça e "baseado". É assim a vida do Elias, deita-se às 7h e levanta-se às 5h, não deixou de acreditar no Amor, aliás disse-nos que ainda estava à espera daquela que seria até que a morte nos separe.
Conta histórias lindas mas percebe-se que a desilusão de algo, que ele explicou ter sido uma mulher, o levou à Ilha, talvez cansado de dar, talvez por egoísmo, talvez porque a mente se turvou, talvez por muitas coisas ou nenhumas...Mas o Elias vive numa cabana e não parece querer voltar a viver de outra forma. Não digo que queira uma cabana mas quero muito mais do que tenho, não em termos materiais, quem me conhece sabe que não sou de cá...
2 comentários:
:)
agora sim, sei quem é a shankas :P
um dia tenho de ir até ao Brasil, mas não é a minha prioridade.
vai dando novidades! *
Compreendo muito bem o Elias.
Quando me falaste dele, senti inveja, senti vontade de fugir desta agitação cinica.
Sempre fui uma pessoa sociável, mas agora mais que nunca apetece-me esconder-me numa concha e só sair quando alguém lá for espreitar e me quiserer ver, me quiser conhecer e aceitar como sou.
Fico com vontade de saltar para dentro dessa foto e ficar por lá o tempo que me apetecer...
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