quarta-feira, 14 de maio de 2008

Morreu Um Anjo




«Educaram-me sob o princípio de que se deve salvar as pessoas independentemente da sua religião ou nacionalidade» Irena Sendler, Enfermeira.

Salvou mais de 2500 crianças e morreu hoje.

Nasceu em 1910. Irena Sendler foi uma desconhecida durante muitos anos.

Irena retirava as crianças do Gueto, escondidas em malas, sacos ou em ambulâncias, dizendo que estavam com doenças infecto-contagiosas e guardava a informação sobre os seus verdadeiros pais em frascos que enterrava num local seguro que apenas ela conhecia.

A «mãe dos meninos do Holocausto» foi presa a 20 de Outubro de 1943. No quartel-general da Gestapo foi torturada pelos nazis que lhe partiram os pés e as pernas. Ainda assim, nunca revelou a localização das crianças.

Foi condenada à morte mas foi salva quando a conduziam à execução por um oficial alemão que a resistência polaca conseguiu corromper.

Continuou a sua luta clandestina sob uma nova identidade até o final da guerra, trabalhando como supervisora de orfanatos e asilos no seu país. Nunca se considerou uma heroína.

Quando acabou a Guerra desenterrou os documentos e iniciou o trabalho de procura do paradeiro dessas crianças, informando-as depois sobre a sua verdadeira origem.

«Continuo com a consciência pesada por ter feito tão pouco», confessou.

Devido ao seu estado de saúde, Irena não participou da cerimónia de homenagem em 2007, mas enviou uma sobrevivente, salva por si num gueto quando bebé em 1942, para ler uma carta em seu nome.

«Convoco todas as pessoas generosas ao amor, à tolerância e à paz, não somente em tempos de guerra, mas também em tempos de paz».

Ironicamente morreu ontem, precisamente no dia em que, em todo o Mundo, se comemora o dia do Enfermeiro.

O céu ganhou mais uma estrela...


3 comentários:

HC disse...

Estas pessoas é que deveriam ser a abertura de telejornais, primeiras paginas de jornais; Estas pessoas sim são herois para todos nós e merecem as 7 linhas no jornal. Mas infelizmente não é isso que acontece e acabam por passar despercebidas.
Infelizmente vivemos numa sociedade Fast Food.

bj

Bruno disse...

Como diz o hc, é uma pena que vivamos um espírito tão negativo. Não sei se é só de Portugal mas gostamos muito mais de ler "O Crime" e a "Caras" do que ler histórias de amor, paz, solidariedade e generesidade para com o próximo.

Eu tenho uma amiga enfermeira e só digo que ela faz por não envergonhar Ilona ;)

pinky disse...

há pessoas com uma coragem e vontade ferrea admirável, tocante percurso o desta senhora